Apresento-vos Aitana Mendioroz, tem ascendência argentina e italiana, vive actualmente em Madrid e estuda Tradução e Interpretação. Não gosta de ter tempo livre e adora ir ao ginásio. Com a sua projecção internacional, tendo já trabalhado ao lado de Heidi Klum, tudo aponta para que Aitana se torne numa modelo de renome.


Maria: Como entraste no mundo da moda?
Aitana: Estava numa agência na secção de actores, fazendo anúncios até que um dia fui à agência e o booker de modelos viu-me e pediu-me para representar-me. Desta maneira passei a trabalhar também como modelo.

Maria: Como caracterizas estes anos como manequim?
Aitana: Muito intensos. Cresci muito como pessoa e como profissional. Conheci muita gente, fiz muitos trabalhos, tentei arranjar tempo para ir a castings e trabalhos sem faltar à universidade. Uma vez aconteceu ir às aulas sem dormir depois de gravar um anúncio das 23h às 6h.



Maria: Era um sonho de infância?
Aitana: Sempre sonhava em ser modelo quando via as passerelles na televisão ou nas revistas da minha mãe, mas realmente nunca me levei a sério que poderia ser capaz de chegar ao que sou hoje.

Maria: Qual desfile de moda e sessão que mais te marcou?
Aitana: Podia dizer que o desfile que mais me marcou fou o primeiro. Fui sem saber bem como desfilava e sem saber como iria ser. Estava muito nervosa porque era um evento muito importante, tinha muitas pessoas conhecidas e câmaras de televisão e jornalistas.Tive de desfilar três vezes, e no primeiro momento em que pisei a passerelle disfrutei tanto que acabei por esquecer os nervos e senti-me como nunca. Outro desfile que gostei muito foi um dos que fiz em Cibeles Off, com Leyre Valiente. A passerelle era incrivelmente grande e deu-me mais tempo de desfrutar o momento, a pensar como como estava a fazê-lo. A maioria das vezes sais e nem te dás conta do tempo porque as passerelles são pequenas, mas nesta foi diferente. Na verdade destacaria muitos desfiles! Adoro desfilar! O que mais gosto em desfilar é ter a sensação de ter que desfilar bem, para além de que levo uma roupa que toda a gente vai estar a olhar e é o meu trabalho fazer com que o faça bem. Esse sentimento de concentração, de seriedade, as borboletas no estômago (já fiz muitos desfiles mas ainda as sinto)... na verdade sou uma apaixonada por desfilar.



Maria: O que mais gostas na moda? desfiles, editoriais...
Aitana: Essa é uma pergunta difícil. Sei que os catálogos são os que menos gosto de fazer. Não podes ser tu própria, são posturas muito estáticas, levam muito tempo. De resto, cada um tem as suas coisas boas. Como já te disse, desfilar fascina-me e os editoriais também. Adoro as roupas que nunca vestiria, transformar-me, posar, jogar com as câmaras e os olhares. Basicamente é tirar fora uma parte de ti que não podes tirar na tua vida quotidiana.



Maria: Tens alguma referência na moda? Se sim, que tipo e trabalho gostarias de fazer com essa pessoa?
Aitana: Inés Sastre. Para além de uma grandíssima modelo é uma grande pessoa. Fala várias línguas, terminou os seus estudos (considero de grande importância, pois muitas colocam de lado) e leva a cabo vários trabalhos humanitários. É uma pessoa muito inteligente e muito completa, na verdade não me importava de fazer uma sessão de fotos com ela, ficaria muito contente.



Maria: Como descreves aquilo que sentes antes, durante e após um desfile?
Aitana: Antes de um desfile, junto aos minutos prestes a sair, sinto as típicas borboletas no estômago. Esses nervos brincalhões que fazem com que esteja um pouco inquieta. Logo saio e torna-se numa sensação espectacular, passa todo o mal e só me concentras em caminhar, brilhar e fazê-lo bem. Depois é uma mistura de euforia e tristeza pelo pouco que durou e deseja-se que chegue o próximo.



Maria: O que pensas das medidas impostas aos modelos, principalmente às mulheres?
Aitana: Entendo que cada trabalho requer certas qualidades ou características e que o mundo da moda siga certos padrões. O que não vejo bem é o estrito que está envolvido com as mulheres. Impõe umas medidas que não são as comuns, o que vale é que existem raparigas que sao extremamente magras por si e aí não me meto, mas que fomentem certos hábitos e costumes para emagrecer... Muitas raparigas (não só de este mundo) padecem de transtornos alimentares por padrões impostos que não são reais. Todas sabemos que inclusive as modelos se retocam com photoshop nas fotos. É muito cruel e irreal.



Maria: Tens algum estilista favorito?
Aitana: Gosto muito de Isabel Marant e de Custo. Custo é o meu estilista favorito desde pequena, adoro os seus vestidos, os seus estampados e as cores. Era um sonho um dia desfilar para ele.


Maria:  Como defines a tua personalidade?
Aitana: Considero-me uma pessoa muito independente, de carácter forte e muito estável. Sou muito sincera, às vezes demasiado e tenho as coisas muito bem claras na minha cabeça. Também sou muito curiosa, sempre estou a investigar e desejo sempre aprender coisas novas. Adoro ter responsabilidades e ter pouco tempo livre. Respondo muito bem à pressão.





Maria: Qual é o teu signo?
Aitana: Nasci nos primeiros dias de Outubro. Sou Balança.


Maria: Qual é a tua comida e bebida favorita?
Aitana: A minha bebida favorita é mate (toda a minha família é argentina) e Bitter Kas. Quanto à comida adoro massas recheadas, tenho sangue italiano e penso que veio daí. As saladas também são pratos que adoro!







Maria: Quais são os teus segredos de beleza?
Aitana: Tanto em termos de alimentação e exercício. Podia dizer-se que sou uma fã do ginásio. Adoro ir lá passar horas, correr, levantar pesos, fazer abdominais. Sinto-me bem quando vou. Tento ir 6 dias por semana no mínimo uma hora e meia. Já com a alimentação posso dizer que não me cuido muito. A minha universidade está a duas horas de minha casa e tenho um horário de almoço muito mau, pelo que como entre horas, e às vezes nem como, mas ao jantar como bastante. Mas sempre que como tento que seja comida saudável. Felizmente não gosto nada de bolos, aí eu salvo-me. Também estou a tentar beber mais água, já que não é um costume meu, infelizmente.



Maria: Quais são as características que consideras serem fundamentais para se ser um bom modelo?
Aitana: Algo que considero absolutamente imprescindível é ter os pés na terra. Não acreditar demais nem cair em ilusões senão depois a queda será maior e dolorosa. Também precisa ser um pouco uma pessoa fria e difícil, porque às vezes tem que de se aguentar comentários e opiniões capazes de derrubar alguém. Devemos ser amáveis, trabalhadoras, colaboradoras para que haja um bom ambiente de trabalho, mas nunca devemos deixar que nos pisem.

Maria: Consegues equilibrar o trabalho com sua vida pessoal?
Aitana: Em geral, sim. Muitas vezes tenho que perder a faculdade para o trabalho, para puder ir aos principais castings, viajar. Mas converso com os meus colegas e professores para seguir as aulas. Perto das minhas semanas de exames é quando tenho mais trabalhos e tento conciliar tudo, nem que tenha de estudar entre fotos ou enquanto me maquilham para um desfile. Só meu exame semanas é quando eu trabalho e eu conseguem fazer tudo, mas tem que estudar entre os disparos ou enquanto eu maquilhagem para um desfile. Eu esforço-me para fazer tudo e não ter que deixar nada para trás. Muitos dias eu não tenho nem cinco minutos para mim, mas é parte do trabalho e eu adoro isso.



Maria: Quais as características da tua personalidade que te ajudam à tua carreira quanto modelo?
Aitana: Ajuda-me o facto de ter uma mente aberta, gosto de conhecer pessoas e isso é algo que um modelo deve estar habituado. Cada trabalho é com alguém diferente. Também sou muito paciente pois por vezes tenho de esperar 3 horas num casting ou 2 horas a maquilharem-me para uma sessão. E tenho muito carácter e muita personalidade, não me deixo influenciar por comentários com más intenções. Se não agrado a ninguém, pois bem, sigo com a minha vida.



Maria: Qual a cidade que mais gostaste de conhecer enquanto modelo?
Aitana: Tive a grande sorte de viajar bastante e adorei conhecer várias cidades. Gosto muito de Buenos Aires pelas minhas origens argentinas. Adoro Townsville (Austrália) pela sua tranquilidade, seu bom ambiente e pela praia que tem. E por último adoro Istambul, pelo seu ar diferente, as chamadas à oração, as mesquitas, a sua gente.¡Soy una ciudadana del mundo, realmente!